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ToggleA febre aftosa é uma das doenças animais mais temidas no mundo. Altamente contagiosa, ela afeta rebanhos e gera prejuízos econômicos e sociais significativos. Embora rara em humanos, a doença exige vigilância sanitária rigorosa e conhecimento claro sobre sua transmissão, diagnóstico e formas de contenção.
Neste guia completo, você entenderá tudo sobre a febre aftosa e como ela impacta a saúde animal, a saúde pública e a economia.
O que é a febre aftosa?
A febre aftosa é uma doença infecciosa viral, causada pelo vírus do gênero Aphthovirus, da família Picornaviridae. Ela afeta animais de casco fendido, como:
- Bovinos
- Suínos
- Caprinos
- Ovinos
- Veados e outros ruminantes
A doença provoca febre alta e a formação de vesículas e aftas dolorosas na boca, língua, úbere e entre os cascos, dificultando a alimentação, locomoção e produção de leite.
Por que a febre aftosa é tão preocupante?
A febre aftosa não costuma matar diretamente, mas reduz drasticamente a produtividade do animal. Além disso, por ser altamente transmissível, um único foco pode levar ao abate sanitário de centenas de animais, suspensão de exportações e perdas milionárias ao agronegócio.
Além disso, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA, ex-OIE) exige que os países comprovem estar livres da doença para exportar carne e derivados.
Como a febre aftosa é transmitida?
A transmissão ocorre de várias formas:
Entre animais:
- Contato direto com secreções (saliva, fezes, urina, leite)
- Inalação de aerossóis virais em currais ou confinamentos
- Contato com objetos contaminados (fômites), como roupas, calçados, veículos, ferramentas
- Ingestão de alimentos ou água contaminados
Para humanos (raramente):
- Contato com animais infectados
- Ingestão de leite cru ou carne mal passada
⚠️ Nota: A febre aftosa não é transmitida entre humanos, e os casos em pessoas são extremamente raros.
Diagnóstico da febre aftosa
O diagnóstico pode ser feito por:
1. Avaliação clínica
- Presença de vesículas e úlceras orais e nos cascos
- Febre
- Queda na produção de leite
- Dificuldade de locomoção
2. Exames laboratoriais
- Isolamento viral
- RT-PCR
- ELISA (sorologia)
As amostras devem ser enviadas a laboratórios credenciados, como o Lanagro (MAPA) no Brasil.
Medidas de contenção e controle
A febre aftosa exige resposta rápida das autoridades veterinárias. As principais estratégias de contenção incluem:
✅ 1. Vacinação em massa
- Principal forma de controle nos países onde a doença ainda não foi erradicada
- No Brasil, a vacinação é obrigatória em vários estados, conforme o Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA)
✅ 2. Isolamento imediato de focos
- Interdição da propriedade
- Restrição de trânsito de animais
✅ 3. Abate sanitário (quando necessário)
- Eliminação dos animais contaminados e de contato direto
- Indenização ao produtor
✅ 4. Desinfecção total
- Limpeza e desinfecção de instalações, veículos, equipamentos e vestuário
✅ 5. Rastreamento e vigilância epidemiológica
- Identificação da origem da infecção
- Monitoramento de propriedades vizinhas
Status do Brasil: país livre com vacinação
O Brasil já foi reconhecido como livre de febre aftosa com vacinação em grande parte de seu território. No entanto, algumas regiões vêm avançando para o status livre sem vacinação, o que exige vigilância intensa e resposta rápida diante de qualquer suspeita.
Estados como Santa Catarina já conquistaram esse status, enquanto outros seguem em transição.
O que acontece em caso de surto?
Em caso de suspeita ou confirmação de foco, ocorrem:
- Interdição imediata da fazenda
- Suspensão da vacinação e do trânsito de animais
- Notificação à OMSA
- Possível perda do status sanitário do país
- Bloqueio de exportações de carne e derivados
👨⚕️ Febre aftosa em humanos: risco é real?
Sim, mas é extremamente raro. Quando ocorre, os sintomas são leves: febre baixa, mal-estar e lesões tipo aftas. O maior risco é para trabalhadores rurais, veterinários e manipuladores de animais doentes.
Conclusão
A febre aftosa é uma ameaça constante ao agronegócio e à saúde animal, exigindo prevenção ativa, diagnóstico precoce e ações coordenadas de contenção. A boa notícia é que, com as estratégias adotadas no Brasil, o país está cada vez mais próximo da erradicação total da doença.
Se você é produtor, técnico agrícola ou profissional de saúde, siga as orientações sanitárias e mantenha sua propriedade protegida.
10 Perguntas Frequentes (FAQ) sobre Febre Aftosa
1. O que causa a febre aftosa?
A febre aftosa é causada por um vírus do gênero Aphthovirus, da família Picornaviridae. Ele afeta animais de casco fendido e é altamente contagioso entre rebanhos.
2. Quais animais são mais afetados?
Bovinos, suínos, caprinos, ovinos e animais silvestres com casco fendido, como veados, são os principais hospedeiros da febre aftosa.
3. A febre aftosa é perigosa para humanos?
Embora rara, pode ocorrer em humanos expostos ao vírus por contato direto com animais doentes ou produtos contaminados. Os casos são leves e autolimitados.
4. Como a febre aftosa é transmitida entre os animais?
A transmissão ocorre por contato direto com secreções contaminadas (saliva, urina, fezes, leite), objetos infectados, aerossóis em ambientes fechados e alimentos contaminados.
5. Quais são os sintomas em animais?
Febre, salivação excessiva, lesões em boca, úbere e entre os cascos, dificuldade de andar, redução da produção de leite e emagrecimento.
6. Como diagnosticar a febre aftosa?
O diagnóstico pode ser clínico, baseado nos sinais, mas é confirmado por exames laboratoriais como ELISA, PCR e isolamento viral em laboratórios oficiais.
7. Qual o papel da vacinação na prevenção da febre aftosa?
A vacinação é a principal forma de prevenção. No Brasil, é obrigatória em várias regiões e segue o cronograma do MAPA conforme a zona de risco sanitário.
8. O que fazer em caso de suspeita da doença?
Isolar imediatamente os animais suspeitos, notificar o serviço veterinário oficial (como a ADAPEC ou IDARON, dependendo do estado) e evitar o trânsito de pessoas e animais na propriedade.
9. Quais medidas são tomadas em surtos confirmados?
- Interdição da propriedade
- Abate sanitário (em alguns casos)
- Desinfecção completa
- Rastreabilidade dos contatos
- Vacinação emergencial em zonas de proteção
10. O Brasil está livre da febre aftosa?
Grande parte do país é reconhecida como livre com vacinação. Algumas regiões caminham para o status de livre sem vacinação, o que exige vigilância rigorosa e capacidade de resposta rápida a surtos.
Referências
- MAPA – Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA)
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/febre-aftosa
Acessado em: 02/07/2025 - Manual MSD – Febre Aftosa (Foot-and-Mouth Disease)
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/infec%C3%A7%C3%B5es-virais/febre-aftosa
Acessado em: 02/07/2025 - Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) – Febre Aftosa
https://www.paho.org/pt/topicos/febre-aftosa
Acessado em: 02/07/2025 - ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (Portugal)
https://www.asae.gov.pt/seguranca-alimentar/saude-e-bem-estar-animal-/febre-aftosa.aspx
Acessado em: 02/07/2025